sábado, 12 de julho de 2014

Trechos #1O

"- Como bem pregou meu Conselheiro, o surgimento de heróis traz consequências profundas com essa gênese. E digo isso porque traz com ele a existência de uma força oposta para obrigar o nascimento. E, quanto mais poderosa for a força heroica, quanto mais vigorosa for a energia dispensada para proteger os inocentes e aliados, com certeza isso dirá bastante sobre a força contrária a ser combatida. - Uma pausa. - Uma vez, lutei ao lado dos maiores heróis desta terra e tive a honra de ter meu nome cantado por bardos ao lado dos nomes deles na Caçada que mudou este mundo. Hoje, esses grandes heróis não estão aqui para lutar ao nosso lado, mas a ameaça que parece retornar a este Reino exigirá de Arzallum uma energia e um heroísmo tão profundos quanto os daquele tempo. Não sei se ainda me resta a mesma energia, ou a mesma vitalidade, de outros tempos de guerra. Mas algo existe dentro de mim, forte o suficiente para assumir como Rei diante de vós: sou hoje um homem que admite seus erros muito mais facilmente que outrora. Um homem que bem sabe a responsabilidade de liderar a maior nação do mundo e o quanto pequenos e grandes erros nessa liderança podem custar a todos os cantos de Nova Ether. - Outra pausa. E outra reflexão: - Aqui assumo: não sei se minha habilidade se equipara a de meus tempos joviais, mas juro a vós que meu sangue ferve pela confirmação. Hei de admitir que não aguento mais aguardar como um político enquanto ataques correm nos lados de fora deste Paço. Basicamente, uma nova guerra urbana será iniciada e, dessa vez, envolvendo não apenas fadas caídas, mas também um pirata estrategista aliado a maior organização criminosa desta cidade. E o que eu mais quero nesta hora é um corcel e minha espada para enfrentar todos aqueles que desafiarem o poder do Maior de Todos os Reinos. Soldados, preparai-vos para a batalha, pois vosso Rei hoje é um guerreiro como vós. Pois, agora, o momento se faz. É hora de renascer no fogo da fênix. É hora de lutar sob a lua de sangue.
Se ela existisse, a orquestra invisível teria aumentado o tom naquele momento de clímax - ah, sim, teria feito isso com certeza -  para fechar seu espetáculo etéreo no momento heroico e sublime. O mesmo em que o Rei Branford retirou lentamente uma espada de duas mãos da bainha e concluiu seu discurso, firme como uma rocha, de frente para um exército que o seguiria até a morte.
"Senhoras e senhores, é hora de caçarmos algumas bruxas." 
Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas - Raphael Draccon

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